(não) Faz Sentido.

Meus sentidos já não fazem mais sentido quando não te tenho aqui comigo.

Visão, audição, paladar, olfato, tato. 

De que vale a visão se não posso olhar dentro de sua alma através de seus sedutores?

De que vale audição se você não está aqui para tocar a canção do nosso amor?

De que vale o paladar sem tua boca para me morder ou beijar?

De que vale o olfato sem o perfume de teu cabelo ou cheiro másculo da tua pele?

De que vale o tato se não posso te abraçar e sentir cada parte do teu corpo junto ao meu?

Sentidos sem sentido. Sentidos já antes sentidos, mas não da forma que um dia será sentido.

Por mim e por você.

Nosso amor fará sentido.

Nosso amor faz sentido. 

Precisa ser concluído. 

Acontecerá.

Rio de Janeiro, Largo do Machado, sábado, fim de tarde, 18°C sem chuva.
Estava ela sentada no banco da praça. Uma blusa de frio preta que ia até metade de suas mãos, uma calça jeans já surrada e meio larga e um chinelo de dedo que fazia jus a sua naturalidade. Suas unhas e olhos pintados de preto, sua sobrancelha e cabelos negros fazendo um contraste com sua pele branca. Em uma mão um copo de café expresso e na outra um cigarro. Ficou ali por duas horas. Sem falar nada, apenas com seus pensamentos que voavam junto com o odor de seu cigarro.
Do outro lado da praça ele a observava. Prestava atenção em cada gesto que ela fazia, cada vez que tirava o cabelo que caía em seus olhos. Se encantava com cada gole que ela dava em seu expresso, cada trago no cigarro. Com seus cabelos que balançavam de acordo com o bailar do vento, misturando-se com a fumaça.
Havia um mistério nela. Algo acontecia com aquela garota. Isso fez com que ele ficasse fascinado em questões de minutos.
2 horas, 3 cigarros, uma lágrima. Foi então que ele decidiu caminhar até ela.
Levantou-se do banco, se arrumou, piscou e cade ela? Sumiu como se estivesse em um show de mágica. Olhou para todos os lados e nenhum sinal dela. Sentou novamente esfregando os olhos para ter certeza do que tinha acontecido. Ao abrir os olhos se viu em sua cama. Com o coração acelerado pegou o celular. 5:20 da manhã, 1 mensagem. Mensagem dela. "Tenha um ótimo dia! <3".
Não se sabe ao certo se foi um sonho ou uma viagem astral.
O que se sabe é que eles estavam loucos para que aquela semana acabasse. E pudessem, finalmente, estar juntos.

Fez-se Mar (de lágrimas).

Veja bem, meu bem, me sinto tão sozinho. Tenha dó e volte para mim. Não acredito que já tens um outro alguém, não creio que ignorastes em tua mente aquele passeio em Paquetá. Das velas içadas daqueles dois barcos que olhamos e sonhamos em um dia comprar para navegarmos além do que se vê, além de um horizonte distante. Dos pássaros coloridos que sobrevoavam nossas cabeças de acordo com o vento, te fazendo enxergar a simplicidade da vida. E você, com seus olhos encantadores, faziam com que eu me sentisse o vencedor, mesmo sendo um cara totalmente estranho, sem jeito. Dos momentos em que nossa música tocava e dançávamos aquele samba a dois, que ao desenrolar da dança, nos envolvíamos e nos tornávamos somente um. Não creio que ignorastes tudo isso.

Morena, não tá tudo bem. Passaram-se onze dias sem ter você e lágrimas sofridas rolaram por meu rosto. Ainda não apago de minha mente você dizendo "vai embora!". E eu que antes era o vencedor, me sinto como um pierrot abandonado. Você dizia que todo carnaval tem seu fim com uma serenidade surreal e eu então pensava "de onde vem a calma dessa menina ao terminar tudo de uma hora para outra?". 

Deixa o verão passar, a primavera chegar. Quem sabe ao desabrochar das flores, você não lembre da flor que um dia te dei? E ao ouvir nossa música tocar, não acreditar que é apenas mais uma canção e sim uma lembrança de um último romance que se eternizou. E quando isso acontecer, eu te peço mais uma vez, tenha dó e volte para mim.

Citando - Los Hermanos. 

É ela.

Quem é você que bagunça e tumultua tudo em mim? Que me deixa sem saber na verdade quem eu sou?!
Quem é você que chega dizendo "cuida de mim", mas quando te necessito, foge? Me diz, menina, quem é você? Sei que sou um abaçaiado, mas não tenha pena de mim. 

Desde a primeira semana em que você me apareceu, já sabia que era você a menina que passaria as tardes de domingo comigo na varanda. Você apareceu e logo meu coração foi preenchido com uma parte que não tinha. Algo que faltava e sobrava tanta falta. 

Minha menina, menina do balaio, minha boneca de pano, deixe-me ser alguma coisa pra ti. Algo mais, o criador dos teus desejos insanos e fazer folia no meu quarto. Depois prometo cuidar de ti como um anjo mais velho. 

Sabe, menina, sonho contigo quase todas as noites, sonho que estamos nos amando feito a bailarina e o soldado de chumbo em nosso pequeno castelo. 

Você diz que hoje não há de ser nada, mas e amanhã... Será? Não deixe a resposta no ar. 

Você não quer viver essa felicidade? Então venha viver comigo essa história que terá sempre reticências e nunca um ponto final. 

Citando O Teatro Mágico. 

Perder para encontrar.

Mente confusa. Dormi.

Acordei. Mente ainda confusa.

Caminhos confusos.

Quase invisíveis, embaralhados. 

Laços perdidos.

Promessas esquecidas.

Dor. Medo. 

Arrependimento.Incertezas. 

Me perdi.

A hora passa. Mente clareia.

Dias passam. Pensamentos se organizam. 

Semanas voam. Tudo esclarecido. 

Decisões são tomadas. Planos construídos. 

Certezas, alegrias. 

Novos laços, novos caminhos. 

Caminhos que se cruzam. 

Caminhos visíveis agora.

O fim está longe.

Vida recomeçou.

E o viver é imediato. 

Me encontrei.