sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Gabriela I: Uma nova vida.

Saiu de casa sem rumo, com uma garrafa de vinho barato na mão, maquiagem borrada e olhos vermelhos. Não tinha pra onde ir, mas sabia que tinha que ir.

Não podia ficar ali, onde as lembranças a torturavam. Sempre que olhava para a cama, via os dois deitados, tomando cerveja e vendo um filme clássico. Depois, a imagem dos jovens apaixonados sumia e só conseguia ver a traição naquela mesma cama. Ela simplesmente não podia ficar ali.

Quando deu por si, estava de frente para o mar com um cigarro na mão, a garrafa de vinho vazia e uma de whisky pela metade. 
Avistou a uns 150 m, um jovem sozinho tocando violão e cantando. Chegou um pouco mais perto para ouvir..

"Buscar um novo mundo, uma vida nova.. 
E ver, se dessa vez, faço um final feliz."*

Ouviu a canção até o final, achando que não tinha sido notada, até que: "Vai ter que pagar o couvert artístico, moça!" - Disse o jovem.
Envergonhada, disse: "Posso pagar com um pouco de whisky?" - Entregando-lhe a garrafa.

Sentou relativamente perto do rapaz e o analisava sempre que podia. Bem vestido, boa aparência, tinha um brilho no olhar e passava uma serenidade que a encantava. Não sabia o que era isso há 8 meses.

E sentada ali, ouvindo o som do violão junto com o barulho das ondas quebrando, percebeu que podia ser muito feliz sem aquele que a traiu.

Conversou durante horas com o rapaz do violão, contou suas histórias amorosas e ouvia atentamente as histórias dele. Riu, cantou e até dançou. Sentiu-se viva por algumas horas.

"Acho que devo ir." - Disse o jovem. Ela sorriu e disse que também deveria ir embora.

Agradeceu pela noite divertida, e seguiu seu rumo.
O rapaz ficou ali parado, esperando que a bela jovem desaparecesse no horizonte, porém, ela virou e gritou: "Ei. Eu não sei o seu nome..". Ele sorriu, e respondeu: "Thadeu. E o seu?" - "Gabriela! Amanhã, aqui, às 20h. Pode ser?". Temia que a resposta fosse "não".  "Fechado!" - Respondeu Thadeu.

Gabriela não conseguia esconder a felicidade em seu rosto. Não estava feliz só por ter conhecido o jovem, estava feliz porque, finalmente, tinha se libertado da prisão em que estava.

Chegou em casa e radicalizou. Jogou fora tudo o que lembrava o seu ex, rasgou as fotos. Até mudou os móveis de lugar. Fez um enorme mudança. Finalmente, estava completa.

Deu adeus ao passado, e foi viver o seu presente.

"Vou rasgar no tempo o meu próprio caminho. 
E assim, abrir meu peito ao vento,
 me libertar.."*

Ah, e a história dos dois, estava apenas começando.


*Gonzaguinha - Mundo novo, nova vida.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um pequeno diálogo entre..

- Você sumiu. Quanto tempo faz?
-  Isso não importa mais, o que importa é que eu voltei.
- Promete nunca mais me deixar?
- Não posso te prometer isso, mas prometo que farei o possível para estar sempre na sua vida.

... Ci e a felicidade.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

É pra mim?


"De blusa com cor de cidade, cinza.
Fumando um cigarro, depois de umas cinco ou seis cervejas.
Estava ela ali ciente do que faria, ou não, sei la.
De cintura fina e um cinismo no sorriso que convence.
Cheirosa e simpática, simplesmente convence.
Do silêncio antes do beijo, aos quentes sinais.
Ah, que situação! Sinceramente?
Situados ali embaixo e naquela gostosa sintonia,
Só sairia se fosse pra não chegar em casa no singular."

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sonhos vem e vão...

Eram dois jovens com pensamentos diferentes, mas com uma vontade em comum, sentados ali naquele mirante, tendo Cristo Redentor como vizinho e uma garrafa de licor ouvindo toda a conversa e guardando segredos que jamais sairiam dali.
Tinham um céu enorme com infinitas estrelas para contar e uma vista magnífica de quase todo o Rio de Janeiro.
As luzes da Cidade Maravilhosa eram um encanto, mas nada comparado ao brilho que tinha no olhar dos dois.
Um brilho de alegria e gratidão por estarem compartilhando um momento único, simples, porém, único.
Os olhares os entregavam, ora miravam os olhos, ora miravam a boca. Ambos queriam aquele beijo. E por que não? Seria o momento ideal. Um beijo aos pés do Cristo e as luzes da cidade como plano de fundo.
Enfim, tomam a iniciativa, mas algo acontece. Ela fica confusa, e a imagem dele vai sumindo. Um som alto toma conta do lugar e...

6h30min.
Hora de acordar.

... na maré da vida.