quinta-feira, 23 de maio de 2013

Gabriela II: O novo.


Ele a conhecia mais do que todos. Foi o único que percebeu que quando ela se olhava no espelho, não era para ver se estava arrumada, apresentável, mas sim para perguntar a si mesma: “Quem sou eu? O que eu me tornei?”. Percebeu também que quando ela olhava pela janela, não era pra ver quem estava passando na rua, ou se tinha alguém chegando. Ela ia até a janela com dúvidas de que poderia ter algum lugar para ela mundo a fora, pois nunca soube se encaixar em lugar algum. E quando olhava para o céu, não estava esperando uma intervenção divina em sua vida, estava apenas olhando para a estrela que batizou com o nome da sua mãe, Ana Luiza, que faleceu quando Gabriela tinha apenas 4 anos.

Se ele a conhecia tanto, então por que a deixou por alguém que “conheceu” em duas semanas? Talvez fosse isso, talvez ele tenha sido seduzido pelo novo, assim como os pescadores são atraídos pelo canto da sereia.

E talvez fosse isso que ela tivesse que fazer: Dar uma chance ao novo. Dar uma chance de tentar conhecer Thadeu. Ou ela se fechava eternamente, ou daria uma chance para a vida surpreendê-la.

Então, Gabriela deixou de lado seus pensamentos e cigarros, levantou da cama e olhou para o relógio. Quase 19h. Olhou pela janela e sentiu que dessa vez tinha um lugar pra ela no mundo, era só ir de encontro novo.

- Pensei que fosse furar comigo. Disse Gabriela ao chegar onde tinha marcado com Thadeu.


Texto anterior: Gabriela I: Uma nova vida.

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